segunda-feira, 26 de maio de 2008

Esta concha vazia...


Aqui está minha vida - esta areia tão clara
com desenhos de andar dedicados ao vento.

Aqui está minha voz - esta concha vazia,
sombra de som curtindo o seu próprio lamento.

Aqui está minha dor - este coral quebrado,
sobrevivendo ao seu patético momento.

Aqui está minha herança - este mar solitário,
que de um lado era amor e, do outro, esquecimento.

Cecília Meireles

1 comentário:

Donne disse...

Pura coindiência. O Casulo abriu, suas asas ja secaram e vc ja pode voar. Inesperadamente me deparo com a natureza bela diantes de mim.
Nada tão puro e encantador. Dádiva sem fim - que não tem preço - fez o meu dia - me inspirou a escrever uma estoria para crianças. Obrigado pela coautoria na minha estoria. Abraço.